Análise Econômica

Estados Unidos: tensão entre política e economia

Ex‑presidente Trump voltou a pressionar a independência do Fed e defendeu taxas ainda mais baixas – chegando a 1% – enquanto Waller reforça a urgência de redução em julho . Analistas clássicos apontam que isso cria risco de interferência política nos rumos da política monetária, algo historicamente perigoso para a credibilidade e para evitar bolhas financeiras

Além disso, o “tarifaço” de Trump tem mobilizado atenção mundial: novos impostos sobre aço, automóveis e eletrônicos entram em vigor e muitos países retaliam No Aspen Security Forum, executivos de defesa e tecnologia já manifestam preocupação: desordem tarifária pode cortar investimentos e enterrar cadeias de suprimentos ancoradas no previsível


🇧🇷 Brasil: ajustes e incertezas

  • O FMI elevou a previsão de crescimento do Brasil para 2,3% em 2025, ligeiramente acima das expectativas anteriores, mas mesmo assim abaixo dos 3,4% de 2024
  • O Banco Central mantém a Selic em 15% a.a., o maior patamar desde 2006, num esforço claro de controlar a inflação, embora isso segure o ritmo de investimentos

No plano político-institucional, permanece o embate clássico Legislativo versus Executivo: o decreto para aumentar o IOF, que previa arrecadar R$ 61 bi, foi derrubado pelo Congresso em 25 de junho, e o STF, por Alexandre de Moraes, suspendeu ambos os atos, convocando audiências de conciliação . Essa briga lembra diver­gências históricas sobre equilíbrio de poderes — algo saudável quando feito com respeito, mas perigoso quando vira paralisação.


✨ O que isso significa para você?

  1. Confiança do investidor se baseia em regras claras — como independência do BC e respeito ao Congresso. Tudo que você colheu no passado depende disso.
  2. Taxas altas no Brasil castigam crédito, mas protegem o poder de compra. Em breve, se a inflação ceder, poderemos ver algum alívio monetário.
  3. Tarifas imprevisíveis (nos EUA ou globalmente) afetam a indústria e os exportadores — especialmente o agronegócio e fabricantes brasileiros ligados a mercados externos.
  4. Cenário político interno ainda é instável: ruídos do ex-presidente Bolsonaro e reação a decisões do STF e do Congresso elevam o risco de volatilidade no câmbio e nas ações

✅ Conclusão: resgatando a velha segurança

Se algo permanece constante, é que estabilidade é construída com instituições sólidas — BC independente, balança fiscal controlada, harmonia entre poderes, e previsibilidade no comércio. As notícias recentes mostram avanços nessa direção, mas também alertam sobre sombras de interferência política e turbulência tarifária.

Quem soube valorizar o tradicional entende: é hora de observar de perto e investir com disciplina — mantendo reservas, evitando super alavancagem e escolhendo setores menos expostos a choques externos e instabilidades políticas.

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